Buscape

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Fortaleza de Santa Cruz da Barra

 
 
 
 
 
 
 
Fortaleza de Santa Cruz: farol.
 
Aspecto de uma das antigas celas.
 
 
"Salão de Pedra" (antigo paiol).
 
 
Bateria de canhões
 
Fortaleza de Santa Cruz: altar e imagem de Santa Bárbara.
 
 
FORTALEZA DE SANTA CRUZ
 
 
Em 1555, o Almirante francês Nicolau Durand de Villegaigon montou duas bocas de fogo no pequeno promontório localizado à direita de quem entra na barra do Rio, controlando o canal, e alcançando com fogo os Fortes de Copacabana, Laje, São João e Imbuí. Estava instalada a fortificação que seria dominada em 1567 pelo Governador-Geral Mem de Sá e elevada, no mesmo ano, à categoria de Bateria, por Salvador de Sá, que lhe deu o nome de Bateria de Nossa Senhora da Guia. Em 1599 impede-se, da fortificação, a entrada na baía de Guanabara da esquadra do corsário holandês Oliver Van Noorth.
Já em 1612, contando então com vinte bocas de fogo, passa a ser chamada de Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo seu regimento aprovado em 24 de Janeiro de 1613 por D. Álvaro Silveira e Albuquerque Governador da cidade, que foi o responsável pela ordem de construção de cinco celas na rocha, com dois metros de altura e sessenta centímetros de largura, destinadas a presos políticos. Durante todo o século XVIII e até o início do século XIX à Fortaleza é mantida em completo e permanente estado de guerra.
Em Dezembro de 1831 passa a funcionar como presídio político, contando com câmara de tortura e praça de enforcamento. Esta situação perdura até 1911 e a Fortaleza volta a ser presídio do Exército em 1968.
No século XIX, década de 60, as instalações são ampliadas: constroem-se duas ordens de casamatas (vinte no 1º andar e vinte e uma no 2º) e uma bateria com canhões de maiores calibres, erguem-se as muralhas, é concluída a reconstrução do paiol de pólvora e, ao lado do paiol grande, é construído um salão com mais de 200 m², com teto de pedras de granito abobadadas, talhadas a mão e ligadas com óleo de baleia, cal e mariscos triturados. Em 1882, a Fortaleza é dotada de enfermaria, farmácia e iluminação a gás carbônico.
Nessa ocasião, a Fortaleza sedia o quartel do 1º Batalhão de Artilharia a Pé, criado em 18 de Novembro de 1879. A 1º de Agosto de 1917 é criado o 1º Grupo de Artilharia de Costa. A 5 de Julho de 1922 a Artilharia bombardeia o Forte de Copacabana e a 4 de Novembro de 1924 responde a bombardeio do encouraçado São Paulo que, entretanto, consegue transpor a barra. O último disparo produzido pelas tropas da Fortaleza de Santa Cruz foi um tiro de advertência, em 1955, contra o cruzador Tamandaré.
A Fortaleza de Santa Cruz, com seu complexo arquitetônico imponente e grandioso, causa ao observador o impacto do susto e o apaziguamento da beleza. As celas de prisioneiros, a lembrança das câmaras de tortura, as grades impenetráveis que miram a antiga forca vigiada por guarita interna, as marcas de fuzilamento no paredão, falam de tempos remotos e até mais recente que devem ser documentados para não serem repetidos; a capela de Santa Bárbara, em estilo colonial, a visão do mar e do céu em eterno encontro e a presença da força do homem em construção que desafia a natureza, são elementos representativos da esperança de que a Fortaleza seja, para sempre, apenas isto: um documento histórico da capacidade humana, um lugar em que se encontre a possibilidade de reverenciar o encontro da produção cultural, artística e artesanal com o mundo natural.
 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário